José Pereira Bastos nas "Conversas à Tarde"
Há 4 anos que José Pereira Bastos faz as romarias na Ilha de S. Miguel nos Açores. Faz parte de um dos "ranchos" (nome dado aos grupos de romeiros) que percorrem a ilha em 8 dias, para rezar nas "casas de Nª Senhora" (locais de paragem durante a romaria).
José Pereira Bastos (ao Centro) com dois romeiros.
José Pereira Bastos diz que a tradição surgiu depois de uma erupção vulcânica que destruiu a aldeia de Vila franca do Campo. Criou-se o hábito de um grupo de homens se reunir todos os anos pela altura da quaresma e fazer esta romaria para fazer orações para evitar uma nova tragédia.
São 250 km de percurso feito apenas por homens, junto à costa, e no sentido dos ponteiros do relógio. É uma viagem espiritual e um percurso de sacrifício, uma vez que os romeiros não podem usar qualquer proteção para a chuva. Usam um traje tradicional: um xaile comprido de lã e um lenço colorido ao pescoço.
Paragem para oração
Cada "rancho" tem um mestre, a pessoa responsável por aceitar os pedidos de oração das populações por onde passam. É também ele que determina as alturas de paragem, de oração e de dormida. Para dormir, os romeiros são distribuídos pelas casas da população onde param.
Geralmente acordam às 3h30 da manhã e as caminhadas começam às 4h. É uma romaria difícil e rigorosa, mas próximo ano José Pereira Bastos lá estará novamente. Será o quinto ano consecutivo do percurso.
(Nota: Este texto foi escrito segundo as normas do novo acordo ortográfico)
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