A ideia partiu de um professor sem qualquer ligação
prévia ao Centro Comunitário de Carcavelos, mas o Centro apoiou-a e o resultado
foi um sucesso. Nas últimas semanas o Banco de Livros permitiu a troca de
centenas de manuais escolares.
Tudo começou este verão, quando o professor Frederico
Costa, soube, através da comunicação social, da existência de um movimento de
troca de livros escolares.
“Sendo verão, e portanto férias e tempo livre,
interessei-me pela ideia geral e procurei saber mais sobre o que estava a
acontecer”, conta.
Ao constatar, com surpresa, que não existia qualquer
Banco de Livros no concelho de Cascais, o docente decidiu agir: “Não existindo,
passaria a existir”.
Apesar de nunca ter tido qualquer relação com o CCPC,
Frederico Costa sabia tratar-se de uma instituição “muito dinâmica, ativa e
participativa em questões sociais” e pensou que seria a instituição ideal para
colmatar as limitações que sentia a nível individual: falta de tempo e espaço,
e dificuldades em transmitir credibilidade e em fazer a divulgação.
“São precisamente estas limitações que o CCPC pode
facilmente contornar (…) Digamos que o CCPC tem um potencial enorme para fazer
acontecer”, sublinha.
Dirigiu-se então ao Centro, que aderiu de imediato à
ideia, disponibilizou o espaço e fez a divulgação, além de disponibilizar
voluntários para a seleção e organização dos livros por ano escolar.
A partir daí, o processo ganhou vida. As pessoas
começaram a trazer manuais escolares usados – é necessário que sejam dos
últimos três anos e que estejam em bom estado – e a levar outros, sem ser
preciso qualquer intervenção.
Para Frederico Costa, a iniciativa teve “uma adesão
fantástica”, considerando que o banco de livros abriu na semana em que se
iniciou o ano letivo, quando muitos pais já tinham comprado os livros.
Embora admita ser difícil estimar o número de livros
trocados desde que abriu o banco de livros, por ser uma iniciativa “em
‘experiência’ e ‘manual’”, o professor arrisca dizer que terão sido
“seguramente centenas”.
O sistema é simples: qualquer pessoa pode dirigir-se ao
Banco de Livros procurar os manuais que procura e, se encontrar, pode levá-los
sem qualquer encargo. Do mesmo modo, qualquer pessoa pode contribuir com os
livros que tenha em casa e aos quais já não dê uso.
Os livros que não forem levados não serão desperdiçados.
“A primeira hipótese” é dar os manuais a escolas que não tenham acesso a livros
facilmente. “Existem associações que têm possibilidade de os enviar para países
nos países africanos de língua portuguesa e estamos a trabalhar com eles para
que isso aconteça”, conta Frederico Costa”.
“Alternativamente, poderemos sempre contactar com o Banco
Alimentar e participar no projeto ‘Papel por Alimentos’”.
Satisfeito com os resultados deste ‘projeto piloto’, o
autor da ideia garante que é uma iniciativa para repetir “e para melhorar” e
admite ter “outras ideias que vão tomando forma e que promete apresentar ao
CCPC.
Filipa Parreira (voluntária)
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